English Español Français
Insight Kairos
> Referência Bíblica > Precedentes Históricos > Citações e Escritos > Tendências Atuais
> Home > Insight Kairos > Kairos Journal Insight
> Categoria
Acervo da Revista Kairos

Mensagens Oportunas de Convidados Honrados

O Ministério da Igreja aos Homossexuais

Lisa Guinness é diretora do Living Waters Discipleship & Healing Trust, no Reino Unido, e é conhecida como palestrante a autora. Living Waters é um ministério internacional que fornece um programa profundo e centralizado em Cristo para pessoas que buscam cura em áreas de quebrantamento sexual e relacional.

A igreja está em um tumulto com relação à homossexualidade porque permitiu que sua teologia fosse questionada pela cultura e tem deixado que aqueles com lutas homossexuais pleiteiem um ‘caso especial’ quando se trata de sua solidão.1 Além disso, a Igreja está vulnerável porque lhe falta confiança na cruz de Cristo para lidar com pecados reais, feridas, mágoas, vergonha, culpa ou ódio. Quando duvida do remédio, há um conflito de graça versus verdade e a Igreja torna-se vulnerável para o cisma. O povo de Deus deve lembrar que, em Cristo, há sempre graça para receber e viver a verdade.

Os Mitos

Certos mitos têm complicado a questão do pecado sexual, incluindo a homossexualidade:

  • Os cristãos estão imunes a estas questões;

  • Não há raiz lógica para a sexualidade decaída;

  • Deus é incapaz de nos redimir nesta área, porque ela parece muito complexa;

  • Todas essas coisas são corrigidas na conversão ou com libertação;

  • Ou ainda, pelo contrário, todas essas lutas só terminarão no céu, e devemos tolerar ou saber administrá-las até então;

  • A expressão adulta de nossa sexualidade é geneticamente determinada, então é totalmente injusto que um Deus e Criador de amor proíba algo sobre o qual não temos escolha ou responsabilidade.

Paulo e os coríntios certamente não concordariam com nenhum deles. Seu testemunho foi o de redenção e transformação.2

A Igreja também está seriamente negando a extensão do caos e dos vícios sexuais na cultura – e na Igreja. Ao tratar a homossexualidade de forma especial, desvia-se para a hipocrisia e torna a questão ainda pior.

A Criação e o Casamento

Temos que começar qualquer discussão de gênero e sexualidade com o evento da criação: No princípio ... Deus nos fez à Sua imagem, homem e mulher – com o desejo de intimidade, e com o “espírito” necessitando viver muito além dos reinos de nossa carne e de nossos instintos. Essa complementaridade se tornou a base de nosso investimento em uma relação que pudesse avançar até a aliança do casamento, simbolizando o amor de Cristo pela Igreja. Não devemos tentar apaziguar a cultura modificando esta verdade central.

A Abrangente Natureza da Redenção

Deus não proíbe nada em Sua Palavra - seja calúnia, ganância, adultério ou homossexualidade - sem nos dar plenos recursos na cruz com o quais os enfrentemos. A encarnação, morte e ressurreição de Cristo reafirmam para nós que Deus de fato entende nossa situação, e já providenciou uma redenção significativa para nós durante esta fase terrena de nossa vida eterna. A natureza dinâmica da presença do Espírito Santo em nossas vidas garante que nada em nós precisa ser irremediável, mas pode ser alvo de Seu consolo, conselho, perdão e limpeza – ou seja, alvo de Sua redenção.

As Raízes da Atração Homossexual

Família
Um aspecto chave para a atração homossexual são as necessidades primárias não atendidas. Na puberdade, estas se tornam sexualizadas, com o desejo do corpo por uma resposta sexual a uma necessidade não sexual – normalmente, a ligação com o genitor do mesmo sexo. Isso não pretende culpar os pais, mas reconhecer que é um fator na equação e que até nossos melhores esforços são decaídos.

Muitos homens com luta homossexual experimentaram um déficit de afirmação, sensibilidade ou ligação masculina adequada. Isso pode ser um fato real, através de um pai ausente ou abusivo – quer física ou emocionalmente -, ou fruto de uma incompatibilidade de personalidades, interesses ou sensibilidades, causando um distanciamento sutil de ambas as partes, de forma que a ligação significativa é perdida ou evitada. Muitos se lembrarão de um momento chave de desapontamento ou afastamento e, desde então, um mecanismo colocado em seus corações para evitar mais dor. Uma vez que ocorra qualquer ruptura no relacionamento, é difícil que a intimidade real seja totalmente recuperada. Na puberdade, esses desejos profundos de ligação e estímulo por parte do genitor do mesmo sexo se tornam eróticos. Nosso corpo toma essa necessidade básica não sexual de afeição e afirmação e (dado ao fenômeno atual de excesso de sexualização) procura inconscientemente pela resposta de forma sexual. É como se você tivesser fome de comida mas, ao invés de comer, ligasse o computador, ou limpasse o carro e então se perguntasse por que ainda tem fome.

A intenção divina original para nossos pais incluía que eles se alegrassem em nós, como o Pai fez com Jesus. Quando isso falta, a mãe normalmente detecta essa falta de relacionamento entre filho e pai, e pode tentar compensar isso tornando-se envolvida demais. Sem o incentivo do pai, pode ser difícil para o menino em fase de crescimento desligar-se de sua mãe adequadamente, então é preso no limbo e não faz uma jornada clara para seu grupo de amigos masculinos. Essa mistura de culpa e necessidade é difícil de ser atravessada e também pode transformar as mulheres em uma opção menos atraente.

Colegas
Outra etapa fundamental em nosso desenvolvimento sexual é tomar nosso lugar certo em nosso grupo de colegas do mesmo sexo. Sem clareza e confiança em sua masculinidade, um rapaz pode achar isso difícil ou até impossível, aumentando seu senso de alienação e inadequação. Se sentimentos de atração homossexual surgem, então, podem causar tal confusão que o menino pode falhar em avançar para um lugar de maturidade e confiança em sua masculinidade – e a subcultura gay estará completamente pronta para saudar-lhe como novo recruta, que se sente rejeitado em outros lugares. Infelizmente, uma experiência homossexual no começo da adolescência pode ser prazerosa, embora confusa, e pode erroneamente ser tomada como evidência de uma identidade homossexual, supostamente fixada para toda a vida.

Cultura
A força do típico estereótipo homem/mulher dentro da cultura será outra dificuldade, especialmente onde adolescentes sentirem que são achados desejados. Esta pressão pode ser um fator sério em bloquear o crescimento contínuo e a confiança. A ausência de um rito de passagem na cultura ocidental torna mais difícil para jovens se unirem aos seus grupos de homens e mulheres adultos.

Mulheres
Para as mulheres, o déficit que é sentido é frequentemente mais cedo, e experimentado na falta de ligação e segurança por parte da mãe. Isso pode dever-se a muitos fatores que são normalmente não intencionais. A necessidade de se ligar o mais profundamente possível com outra mulher, e uma tentativa em vão de suprir essa necessidade, leva à atração lésbica. Isso também pode ser agravado por uma aversão ou desconfiança em relação aos homens.

Genética
Não há boas evidências científicas de que a atração homossexual seja determinada geneticamente e os números crescentes, na prática, seriam mais atribuíveis às mudanças nos hábitos culturais do que causas biológicas ou genéticas. Na verdade, para muitas pessoas com luta homossexual, incluindo cristãos, é um grande alívio saber disso e não serem condenados por uma busca insatisfatória por intimidade.

A Jornada para a Cura
Há raízes lógicas para estas lutas, e existe a mesma vereda para a cura e redenção que há para qualquer outro padrão de comportamento pecaminoso – isto é, através da cruz. Isso se aplica para todos os problemas aparentemente intratáveis de pecado sexual, quer concretizados, quer fantasiados ou, ainda, praticados “virtualmente” com a pornografia na internet.

A jornada para a cura envolverá a assumir o pecado, e para muitos isso é difícil, pois alguns líderes de igrejas nao sabem como receber tal confissão. Devemos estar preparados para acompanhar as pessoas em sua caminhada. Precisamos estar prontos para ouvir sua história calmamente, em Cristo. É necessário discernir seus fatores primordiais, por mais insignificantes que nos pareçam. Se deixaram uma ferida real em suas almas ou se alguém os deixou alienados ou em desespero, devemos recebê-los e preparar-nos para oferecer essas questões para Cristo. Qualquer perversão danifica a verdadeira imagem de Deus, e devemos tranquilamente libertá-los de qualquer assédio do inimigo.

À medida que abrem suas vidas, diante de Cristo, deverão considerar o seguinte:

Podem conhecer a verdadeira intimidade com Deus?
Pode Ele curar seus corações feridos e ouvir seus clamores por graça e misericórdia?
Podem encontrar palavras para expressar o vazio, a confusão e a dor em seu interior?
Essas coisas podem realmente serem geradas por Cristo para eles?
Podem as feridas serem curadas, as mágoas pranteadas, as tristezas consoladas?
Podem ser perdoados?
Poderão perdoar aos outros?
Poderão mudar para uma real aceitação de si mesmos como alguém admirável e maravilhosamente feito à imagem de Deus?
Poderão encontrar sua verdadeira masculinidade ou feminilidade e vir a expressá-la de uma forma satisfatória e correta?

(Enquanto revisamos estas verdades, estamos também revisando-as para nós mesmos!)

A Bíblia testifica da graça de Deus para com todos nós, qualquer que seja a versão da Queda que seja evidente em nossas vidas. Nossa esperança é que a Igreja ministre cada vez mais o evangelho que prega com a relevância e poder, que o mundo perdido e ferido nem sequer sabe que precisa.

Notas de Rodapé:
1

Para mais informação sobre esses fatores, veja os artigos de Christopher Ash e David Jackman, na Revista Kairos.

2

Veja o artigo na Revista Kairos, "E Assim Fostes Alguns de Vós".